Quantas horas precisamos de dormir?

Quando se coloca a questão de quantas horas de sono precisamos, a primeira coisa que nos vem à cabeça é provavelmente as famosas sete ou oito horas por dia que são geralmente recomendadas. Embora se diga muitas vezes que, por norma, precisamos de sete ou oito horas de descanso nocturno, a verdade é que há quem diga que não precisa de mais de seis horas de sono para nos sentirmos bem no dia seguinte… E outras, dizem ainda que precisam de muito mais.

Todos conhecemos (e muitos de nós invejam) os madrugadores inveterados que acordam cheios de energia e de bom humor após apenas seis horas entre os lençóis, sem parecerem sofrer nenhum dos sintomas incómodos da falta de sono. E diz-se que “Deus ajuda a quem cedo madruga”… Isto pode parecer verdade no caso de Tomoji Tanabe, um japonês que bateu um recorde de longevidade quando morreu em 2009, com 113 anos. Todos os dias se levantava às 5 da manhã para passear na praia e ler o jornal, embora não atribuísse o segredo da sua longa vida às manhãs, nem ao facto de dormir melhor ou pior, mas à sua resistência ao tabaco e ao álcool.

Em contraste com este homem de sorte, também conhecemos mais do que um cujo despertar é comparável à tortura chinesa, e que afirma não ser uma pessoa até ter tomado uma segunda ou terceira chávena de café. São aqueles que, apesar de terem dormido as 7 ou 8 horas obrigatórias, continuam a sentir-se sonolentos, e é por isso que as suas manhãs são uma festa de bocejos. Precisam de dormir mais do que a média e, por vezes, são até rotulados de preguiçosos ou preguiçosas, quando, no fundo, só precisam de “um pouco mais de sono”.

Algumas investigações científicas tentaram descobrir por que razão nem todos precisamos da mesma quantidade de sono: por que é que as pessoas que dormem pouco parecem ter horas de sono que sobra, enquanto outras sentem falta de um pouco mais de sono? A resposta, como todos os mistérios que envolvem o mundo do sono, está longe de ser clara, mas tem sido associada a tudo – desde uma predisposição genética para ser mais ou menos sonolento, até uma maior ou menor variação no número de horas de sol em diferentes países.

É preciso também ter em conta que as necessidades de sono variam não só de pessoa para pessoa, mas mesmo de noite para noite, e que isso é influenciado por uma miríade de fatores – desde os determinantes genéticos ao nível de atividade e, claro, à idade. Tanto a quantidade como a qualidade do sono variam ao longo dos anos. Todos sabemos que os bebés dormem a maior parte do dia com curtos períodos de vigília intercalados; muitos adolescentes também dormem muito e precisam de um mínimo de nove horas de sono ininterrupto. A média para os adultos é a conhecida 7-8 horas, enquanto as pessoas mais velhas tendem a ter um sono mais superficial e a acordar muito cedo sem conseguirem voltar a dormir, sem que isso constitua um problema de insónia ou uma perturbação do sono.

Já vimos que há demasiadas variáveis a ter em conta para fazer afirmações categóricas. As horas que precisamos de dormir não são nem mais nem menos do que aquilo que o nosso próprio corpo nos pede. E ninguém melhor do que nós próprios para conhecer as nossas necessidades! Então, podes dizer-nos de quantas horas precisas de dormir?

Continuar a descansar